2 de abril de 2013

Fora de casa

Se eu disser hambúrguer com ovo sobre pão de pita barrado com tsatsiki, se falar em bagels, scones e sumos de fruta fresca, diz-vos qualquer coisa? E se falar num pátio com uma parede forrada a plantas onde se pode almoçar ou simplesmente ficar a ler?

Pois bem, trata-se do Café Royale, um dos meus cafés/restaurantes preferidos em Lisboa.
 





Fotos: Marta Valente
O Café Royale tem uma decoração leve e original, muito nórdica. Tem imensos detalhes giros que eu me diverti a fotografar e em cada canto tem um pormenor para nos chamar a atenção. Perguntei à Ana Faro, co-proprietária do Café Royale, de onde veio a inspiração, e ela respondeu-me assim...
 
Quando e como surgiu o Café Royale?
Já existia o espaço, o prédio fazia parte da família do meu sócio. Posteriormente, numa viagem que fizemos a Copenhague e a Amesterdão, tomámos essa decisão.

Qual é a sua peça preferida no restaurante?
A minha peça preferida do Royale é uma peça cerâmica da Bordalo Pinheiro. É uma escarradeira em formato de sapo que existe desde o princípio. A finalidade da peça acabou por ser o local onde os funcionários colocam as gorjetas de cada turno.

Onde vai buscar a inspiração para a decoração?
Às viagens que eu e o meu sócio sempre fizemos desde muito novos, principalmente a duas que fizemos em conjunto para a Dinamarca e para a Suécia. As exposições que fui vendo ao longo da minha vida e sem dúvida cinema, dou muita importância à fotografia do filme. Mas os pontos chaves são o design nórdico e o lado conceptual da arte mediterrânica/marroquina. Exemplo disso é a relevância que dei ao pátio...
 
Quais as revistas, blogs e livros que consulta com maior frequência?
Em relação a revistas, a Wallpaper ou a Umbigo. Quanto a jornais, leio algumas vezes a revista do Expresso ou a Timeout. Nos livros, prefiro literatura como "A Cidade Sitiada" de Clarice Lispector, "A Insustentável Leveza do Ser" de Milan Kundera, ou autores portugueses como Pedro Paixão e José Luís Cardoso Pires, com "O Delfim", mas o que mais me encanta dos escritores portugueses é Vergílio Ferreira. Também compro livros de arquitectura com alguma regularidade, mas normalmente nunca é só de um autor, são de vários projectos em que existe uma temática específica. 
 
Houve um livro que me influenciou talvez para este projecto, "Como água para chocolate" de Laura Esquivel. Tenho alguma preferência por escritores da América do Sul, pelo modo descritivo que dão aos afazeres de uma casa, cozinha, costura, cheiros, cores, ao toque. Todos estes elementos não podem ser esquecidos num modelo de negócio. Ou seja, para decorar é preciso explorar a parte sensorial de modo a fazer um espaço intimista e acolhedor para o cliente. 

Onde vai quando quer comprar um móvel ou objecto para o restaurante?
É algo aleatório: vejo uma peça isolada e compro. Na decoração do Royale tudo foi comprado de um modo repartido mas emotivo. As coisas foram surgindo de um modo orgânico. Antiquários, Bomba Amor, Cadeirinha do Almeida, Pedroso e Osório etc.

Como surgiu a ideia do jardim no pátio?
 
Foi o designer sueco Michael Hellgren que um dia veio ter comigo e nos propôs fazer um jardim vertical. Já existia a laranjeira mas ele apresentou a ideia de aumentarmos a área verde do pátio e foi um sucesso. É um jardim vertical auto-sustentável, a manutenção é mínima. Até nesse ponto foi um designer sueco a vir ter connosco.


Obrigada Ana!
Passem por lá, e entretanto espreitem a página do Café Royale no Facebook.




Fotos: Marta Valente
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1 comentário

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